14 de abril de 1436
Hoje foi aniversário do papai, o Rei Lucas: O Conquistador. É assim, que chama ele, aqui em nosso principado. Foi uma grande festa, com vinho, muita comida, e a cidade decorada. Alias, a cidade estava absolutamente linda. Meu pai é muito querido por todos. Ele é um homem bom, de bom coração. O nosso principado não é dos mais ricos, mas todos vivem bem. No coreto da praça principal, colocaram vários presentes para a família real. E nessa caixa, existia um pequeno caderno de couro preto, escrito cuidadosamente com ferro quente: O DIÁRIO DE CLARICE. E dentro estava escrito com uma tinta de cor esplêndida, que não consigo identificar do que é: ''Para a Senhorita não se perder em seu próprio mundo ''. Eu não sei quem me deus. Mas tem muito bom gosto, e uma letra linda.
Pela manhã, fizemos uma cavalgada até o coreto, onde eu encontrei isto. Lá fizeram apresentações de dança e música para papai. Almoçamos na praça, junto com todos. Depois dançamos, quer dizer, papai e mamãe dançaram. Eu não posso dançar. Seria falta de respeito com o meu futuro noivo. Tenho 15 anos, e estou prestes a me casar. Com um príncipe do povoado vizinho. Mais a tarde, cavalguei nos bosques do castelo. Eu tenho um cavalo, o nome dele é Lino. E é minha grande paixão. Homenagem ao meu vô, um dos homens mais honrados que já conheci. Papai disse que é falta de respeito por nome de gente em cavalo, mas e daí? Sinto-me ligada ao vovô assim. E assim vai ser. Amanhã vou conhecer meu futuro marido. Vamos nos casar dentro de um ano. Papai recebeu como dote poder governar o principado ao lado do Rei Felipe, pai do meu futuro marido. Acho que daqui a pouco, seremos um município só. O que é muito bom, para todos. Estou ansiosa, acho que não sei lidar com tudo isso. Mas uma coisa eu vou descobrir: Quem mandou esse diário para mim?
Até mais,
Stª Clarice Kapensberg